DDG: ótimo review em site francês

O site francês “The Magic Fire Music Webzine”, dedicado ao metal de todo o mundo, fez ótima avaliação do álbum “Depois da Guerra”. O jornalista Cedric The Keeper o coloca como um dos melhores do ano e deu nota 19 em 20. A versão original do review (em francês) você pode ver aqui. E a versão traduzida, em português, logo abaixo:


Aqui está um album que passou por uma longa jornada para chegar até a minha mesa! Atravessar todo o oceano atlântico a partir do Brasil não é coisa simples. Longa viagem mas obviamente valeu a pena. Primeiro preciso agradecer a banda por me enviar o CD e ser tão atenciosa. O Oficina G3 é uma banda do Brasil que, apesar de parecer nova, já tem 20 anos de carreira. Formada pelo guitarrista Juninho Afram, o baterista Walter Lopes e o baixista Wagner Garcia, a banda começou tocando um som melódico ao estilo do Stryper (outra banda cristã; com o passar dos anos, passaram a algo mais pesado para finalmente nos oferecer um album de metal progressivo que não fica nada a dever a bandas como Pain Of Salvation, Dream Theater e Wastefall.



Depois da Guerra é o oitavo álbum de estudio e sem dúvida o mais forte. Mauro Henrique, um novo vocalista, se juntou ao grupo, definitivamente permitindo ao quarteto um novo som, mesmo que, por entrar durante o processo de composição do CD, tenha participado menos do que provavelmente o fará num próximo trabalho.



Ao contrário dos seus colegas como Sepultura e Angra, o Oficina G3 opta por cantar em português, o que obviamente é respeitável e também arriscado. Atualmente, esta escolha soa estranha se você quer atravessar barreiras com a sua música, mas não é um problema para o grupo. O português pode soar confuso, exatamente como alguma outra língua a que não estamos acostumados, como espanhol ou norueguês. Mas devo admitir que não poderia soar melhor. Como o Avalanch (falando sobre minha própria experiência) me apaixonei desde a primeira música. O que parece difícil no início revela-se extremamente melódico e, às vezes, melancólico (no melhor sentido).



Atualmente, para fazer diferença uma banda de metal progressivo precisa ter um senso muito único e sem dúvida o Oficina G3 o possui: quando você ouve as 15 faixas do DDG, fica a nítida impressão de que eles tem talento suficiente para conquistar o mundo. Desde a primeira audição você perceberá características que os tornarão autênticos. Muita melodia (presença constante dos teclados), às vezes mais agressivos, trabalhando a técnica sem auto-indulgência, canções de duração considerável (chegando aos 6 minutos), são fantásticas.



Por cima de tudo isso você pode colocar bastante punch, um vocalista incrível (que manda tão bem em inglês quanto em sua língua nativa), um guitarrista super talentoso, um tecladista com feeling e um baixista que você precisa ouvir.



A transição entre as faixas é perfeita. Às vezes pesadas, de andamento médio ou belas baladas. As mais lentas, aliás, são aquelas que nos permitem aprecisar melhor o português. “Continuar” é um perfeito exemplo, com seu leve toque orquestral. “Tua Mão” me deixou sem comentários, uma balada radiofônica de sentimentalismo sofisticado (longe da pieguice).



Claro que as faixas mais pesadas são tão boas quanto. Especialmente a primeira, “Meus Próprios Meios”. O toque hardcore no vocal e as acelerações dão um ótimo groove que é o tom de toda a obra…muito próxima da excelência. “Meus Passos” irá te surpreender com ótimos riffs e melodicas intricadas de teclado. Não me parece longe do Wastefall ou dos últimos trabalhos do Avalanch…boa música como não se vê com facilidade por aí!



Você será pego pela introdução da faixa-título, Depois da Guerra. Novamente o grupo funde o pesado e melódico em momentos excepcionais. Talvez a melhor música do CD. Não posso deixar de destacar o solo de Juninho Afram, e também sua bela performance vocal.



As faixas em ingles estão no fim do CD. Um risco que algumas pessoas do Brasil podem não ter gostado muito. Uma crueldade. Posso dizer seguramente que Mauro Henrique dá conta do recado sem qualquer sotaque aparente. A qualidade das músicas continua ótima e posso imaginar tranquilamente o Oficina G3 compondo um novo álbum inteiramente na língua de Shakespeare.



“People Get Ready” me deixou bastante impressionado. A cover da música originalmente escrita por Curis Mayfield foi interpretada magistralmente. O CD termina com “Unconditional”, a versão em inglês da balada “Incondicional”.



Excelente album. Sem dúvida entra na minha lista dos melhores do ano. Quando mais eu ouço, mais eu aprecio. Não fiquem receosos por eles cantarem em português, você não se arrependerá!



Por fim, gostaria de agradecer a banda. Primeiro por seu talento e paciência e também pela beleza da arte gráfica do álbum e o ótimo website.



Nota final: 19/20



Cedric The Keeper – Magic Fire Music Webzine
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